A cultura do Sul do Brasil é fortemente influenciada pela presença dos muitos imigrantes europeus que desde o século XIX vêm se instalando na região.
Dos Estados abordados nesse roteiro, Paraná e Rio Grande do Sul, o primeiro recebeu principalmente alemães e italianos, enquanto o segundo também abrigou italianos, além de muitos espanhóis e portugueses.
Essas influências são fortemente notadas na culinária, na arquitetura, na música e na dança, mas também nas suas tradições, suas festas e seus sotaques. Misturadas com nossas heranças negra e indígena, ajudaram a formar a identidade cultural da região, que merece ser conhecida por todos.
Curitiba recebeu da Organização dos Estados Americanos (OEA) o título de Capital Americana da Cultura, em 2003. O título coroou uma preocupação do Estado do Paraná em fomentar e divulgar sua produção cultural, utilizando-a para dar visibilidade à cidade.
Essa abordagem é refletida na concepção de espaços como o Bosque Alemão e o Museu Oscar Niemeyer.
O primeiro presta tributo à imigração alemã no Estado e a algumas de suas personalidades culturais mais destacadas, como os compositores Bach, Mozart e Beethoven, homenageados pela bela sala de concertos em meio ao gramado. Autores de fábulas infantis, os irmãos Grimm também são lembrados, por meio da trilha João e Maria, baseada em uma de suas mais famosas histórias. Com 38 mil metros quadrados de mata nativa, o Bosque ainda possui uma igreja presbiteriana neogótica e uma biblioteca infantil.
Perto dali está o Museu Oscar Niemeyer, desenhado pelo brasileiro, um dos maiores arquitetos modernistas de todos os tempos, responsável, por exemplo, por grande parte dos monumentos de Brasília.
O Museu é um espaço inteiramente dedicado às artes visuais, à arquitetura, ao urbanismo e ao design, e reúne obras e exposições de artistas brasileiros e estrangeiros, como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Tomie Ohtake, Andy Warhol, Cândido Portinari, Francisco Brennand, Caribé, Theodoro De Bona. Um passeio imperdível!
À noite, a melhor pedida é visitar o bairro Santa Felicidade e jantar em uma de suas deliciosas cantinas italianas.
A Ópera de Arame é um dos principais cartões-postais de Curitiba. Também, não é para menos: sua estrutura tubular e seu teto transparente chamam a atenção de quem por ali passa.
Sua capacidade é de mais de 1.600 espectadores, que atravessam a ponte metálica sobre o pequeno lago que circunda o teatro para assistir a espetáculos de dança e música, de artistas locais e internacionais. Confira a programação do lugar e tente conciliar a viagem com uma das apresentações que ali ocorrem.
A Ópera de Arame faz parte do Espaço Cultural Parque das Pedreiras, que também abriga a Pedreira Paulo Leminski, um grande anfiteatro ao ar livre capaz de receber 30 mil pessoas. Mesmo que não haja espetáculos, o complexo merece uma visita.
De lá, é possível caminhar até o Parque Tanguá, com 450 mil metros quadrados e repleto de natureza e atrações, como duas pedreiras ligadas por um túnel de 45m, que se pode atravessar a pé, por uma passarela sobre a água. Na parte superior está o Jardim Poty Lazzarotto, que tem uma cascata, um jardim em estilo francês e um mirante de 65m de altura, com uma linda vista do lago.
Depois, uma boa ideia é passear de bicicleta. Curitiba tem diversos circuitos de ciclovia que permitem conhecer a cidade de um ângulo diferente, sob duas rodas.
“Deu pra ti, baixo astral / Vou pra Porto Alegre, tchau!”
Conhecida nacionalmente, a canção da dupla gaúcha Kleiton e Kledir diz tudo: se ficar triste, vá a Porto Alegre.
Misticismos e brincadeiras à parte, quem visita a capital do Rio Grande do Sul tem mesmo muitas razões para ficar de astral lá em cima. Uma delas é o Parque Farroupilha, ou da Redenção. Tombado em 1997 como Patrimônio Histórico e Cultural e Patrimônio Natural e Paisagístico da cidade, tem 37,5 hectares repletos de jardins, quadras de esportes e pistas de corrida, skate e patins.
Aos fins de semana, abriga uma feira de artesanato e de produtos orgânicos, com centenas de barracas. O local também é ótimo para fazer piqueniques e para tomar tranquilamente uma boa cuia de chimarrão, bebida água quente e erva-mate.
Do Parque, você pode caminhar até a Catedral Metropolitana, em estilo renascentista. Seus mosaicos representam a história da igreja no Estado e seus cristais refletem cerca de 10 mil nuances de cores. No interior, a cúpula de 65m de altura chama a atenção.
Porto Alegre é a capital mais ao sul do Brasil, mas sua cultura se espalha por todo o País, principalmente em forma de música e de literatura. E também na tradição de preparar churrasco, é claro. Você pode provar a especialidade local em um dos seus muitos restaurantes.
Porém, antes de ir à mesa, vamos caminhar pelo centro histórico. Há muitas atrações a conhecer. Nosso roteiro parte do Mercado Público, onde você encontra de tudo: temperos, frutas, carnes e, como não poderia deixar de ser, ervas para chimarrão.
Em seguida, passamos pelo Paço Municipal, onde está a prefeitura da cidade, sediada em um belo prédio histórico de estilo eclético. De lá, caminhamos até o Santander Cultural, outro prédio histórico, que abriga exposições gratuitas e sempre interessantes.
Ali perto está a Praça da Alfândega, onde fica o Memorial do Rio Grande do Sul. O lugar, antigo prédio dos Correios, conta a história do Estado e de suas personalidades e artistas, como Bento Gonçalves, Luís Carlos Prestes, Érico Veríssimo e Elis Regina.
A Casa de Cultura Mário Quintana é uma homenagem a um dos maiores poetas gaúchos. Fica no antigo Hotel Majestic, onde o escritor viveu até 1980. Depois de sua morte, o local foi transformado em centro cultural com salas de cinema, teatro, concertos e exposições, além de biblioteca, discoteca e um mezanino de onde se tem uma bela vista da região.
Continuando pela Rua dos Andradas, mais conhecida como Rua da Praia (apesar de não haver praia por lá), chegamos à Usina do Gasômetro, que funcionava como termelétrica e também foi transformada em centro cultural. No imponente prédio há cinema, teatro, salas de exposições e auditórios. Está localizado às margens do Rio Guaíba e é altamente recomendável estar por lá na hora do pôr do Sol, um dos mais bonitos da cidade.